domingo, 9 de setembro de 2012

HistoriadorLegal: Apresentação do autor Peter Biskind!!!!!!!!!!!!!!!...

HistoriadorLegal: Apresentação do autor Peter Biskind!!!!!!!!!!!!!!!...: Este é Peter Biskind, autor ousado que relata com grande propriedade a vida de grandes cineastas muito famosos da década de 70 do sécu...

Apresentação do autor Peter Biskind!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!




Este é Peter Biskind, autor ousado que relata com grande propriedade a vida de grandes cineastas muito famosos da década de 70 do século xx, tais como Coppola, Scorsese, Lucas, Spielberg, Hopper, Bogdanovich, Altman, que fizeram parte da geração de cineastas que reeescreveram o script em termos de modernidade da Hoollywood dos anos 70, com filmes memoráveis como "Bonnie e Clyde", "Sem destino", "O poderoso Chefão"," A última sessão de Cinema" e "Táxi Driver "que se tornaram clássicos modernos do cinema até então! 
Neste livro, Peter Biskind recria a chamada década dos diretores, anos 70, nos quais superaram o brilho dos grandes atores e atrizes da época,  com suas excentricidades,cheios de vícios, manias, "chiliques", e ataques de estrelismo,que conduziram o sucesso deste período excitante da história cinematográfica que se iniciou com o lançamento de " Sem destino", no final da década de 60, e termina com " Touro Indomável"e uma Bevery Hills marcada pelo consumo de cocaína, nos anos 80 do século xx.
Sua obra literária fundamentou-se em centenas de entrevistas com diretores, produtores, estrelas, agentes, roteiristas, executivos dos estúdios, esposas, ex-esposas e namoradas, este é o relato mais completo sobre este universo comandado por jovens diretores em ascensão, de reles desconhecidos até o sucesso total e completo!Peter Biskind foi editor- executivo da revista Premiere  editor-chefe da American Film.
È autor de Seeing Is Believing: How HollywoodTaught Us to stop Worryingand love the Fiftiese the Godfather Companion e escreveu artigos para publicações como The New York  Times, Los Angeles Times, The Washington Post, Vanity Fair e Rolling Stone, mais um contribuidor espetacular pro blog " Historiador legal", para Historiografia, para os apreciadores da História e cultura, e das artes em geral!

Capa deste livro fantástico sobre os bastidores do cinema Hoolywoodiano de Peter Biskind!

Resenha da obra: " Como A geração Sexo-Drogas- E- Rock´n´Roll´ salvou Hollywood, EASY RIDERS, RAGING BULLS



A campanha de marketing de O poderoso Chefão foi tradicional: gastou-se dinheiro em anúncios impressos. O padrão de lançamento, porém, foi totalmente inovador e mudaria a forma como os filmes eram distribuídos, abrindo caminho, em última instância, para a destruição da Nova Hollywood. Antes de O poderoso Chefão, os filmes permaneciam em cartaz por um número específico de semanas nos cinemas lançadores antes de serem exibidos nas praças do segundo e terceiro escalões. (pg.168);”
“No caso de O Poderoso Chefão, Yablans diz que conseguiu das cadeias de cinema quantias sem precedentes- de 25 a 30 milhões de dólares- antes mesmo da estreia do filme, uma divisão de 90/10(a favor da Paramount), para as primeiras 12 semanas de, pois da qual os percentuais se tornaram mais equilibrados”. (pg. 169);
“Em Nova York, o Poderoso Chefão estreou em cinco cinemas lançadores, com sessões em horários intercalados. Nacionalmente, O Poderoso Chefão teve o que, na época, era um lançamento vastíssimo, em 316 cinemas, com cinquenta e tantos outros sendo adicionados nas semanas seguintes”. (pg. 169);
Comentários á respeito do faturamento conquistado do filme “O Poderoso Chefão”;” O dinheiro simplesmente escorria pelos canais, mais rápido e num volume maior do que jamais ocorrera na história da indústria cinematográfica, um milhão de dólares por dia em meados de Abril. ”(pg. 169);
 “Em meados de setembro, mero seis meses depois da estreia, o filme se tornara a maior bilheteria de todos os tempos, ultrapassando” E o Vento Levou”, que precisara de 33 anos e vários relançamentos para atingir seu recorde. Quando sua rodada de lançamento ter minou,” O poderoso Chefão” havia acumulado 86, 2 milhões de dólares na bilheteria doméstica (pg. 69).” O Poderoso Chefão” não só reviveu a Paramount, que controlava um número sem precedentes de pontos percentuais da renda, 84 em 100, mas foi como uma descarga elétrica em toda a indústria, que ainda acordava do coma de meia década iniciado pouco depois de” A Noviça Rebelde”. (pg. 169);
“O poderoso Chefão” despertou alguma coisa na cultura do momento. O filme representava todas as coisas para todas as pessoas, o que era como os marqueteiros em breve perceberiam o sine qua non dos blockbusters. Por um lado, era essencialmente um filme dos anos 60. Lançado imediatamente antes do Watergate, brilhante cena de abertura, na qual a cabeça maciça de Brando emerge gradualmente da escuridão enquanto a câmara se afasta e Bonasera, o padeiro, implora ao chefão que vingue sua filha violentada, estabelece a premissa de que o sonho Americano havia fracassado, o melting pot era uma ilusão e os pobres de outras etnias estavam presos no último escalão de um sistema injusto. A Máfia oferece o que o governo não dá; justiça simples e um peculiar seguro social para as subclasses, um sistema de valores do velho Mundo que atenua o choque do capitalismo;”
“Como Bonnie e Clyde e sem Destino, o Poderoso Chefão criticava os valores da geração dos pais. Coppola comparava Michael Corleone a Nixon; ele começava como um idealista; distanciando-se da família, e acabava abraçando e reproduzindo seus valores (170);
“Por outro lado, apesar do marxismo primário de Coppolla (ele sempre equiparava a Máfia ao Capitalismo), O Poderoso Chefão antecipava os valores familiares conservadores da era Reagan” (pg.170);
Com ênfase na reconciliação geracional, etnias e na Máfia como, na prática, um governo privado de justiceiros organizados que exercem funções que o governo não pode ou não quer executar, o filme antecipa o ataque da direita de Reagan ao establishment de Washington na  década seguinte.( Nos anos 70 sentíamos nossas famílias se desintegrando e a família nacional, liderada pela família na casa Branca,repleta de traição e vingança, diz Towne em referência óbvia á turma de Nixon). (pg.170)
“Ironicamente, apesar de os executivos da Warner terem menosprezado Coppola como diretor com falsas pretensões autorais, ele havia se conectado profundamente com os temas de O Poderoso Chefão (e sua continuação). As questões do poder, da rivalidade entre irmãos, da masculinidade e do patriarcado ecoaram nele de um modo como jamais aconteceria em nenhum outro filme que faria.” Naquele ano o Oscar caiu no dia 10 de Abril. A Última Sessão de Cinema competia com Operação França, Laranja Mecânica, Um Violinista no Telhado e Nicholas e Alexandra. A Academia deu a Charlie Chaplin um Oscar honorário, que ele viajou de sua casa em Vevey, na Suíça, para receber. “Era a primeira vez que punha os pés em solo americano desde 1952, quando partia á sombra das investigações do comitê do Congresso para Atividades Antiamericanas”; (pg. 171);
“Idenficando-se claramente com Chaplin, que fora perseguido no país que adotara, e ainda sentindo a dor da produção de O Poderoso Chefão apesar do enorme sucesso do filme, Coppola sentia pena de si mesmo. Ele pensava: Bicho! Charlie Chaplin, não acredito que ele vai aceitar esse Oscar. Chamaram o cara de comunista, e agora que está velho e não ameaça mais ninguém, para que vai querer um Oscar? Quando eu tiver 80 anos eles nãovão me desentocar para me dar um prêmio humanitário ou coisa parecida. Quero o prêmio agora, enquanto sou jovem e cheio de ideias, posso fazer alguma coisa útil com isso. Mas ninguém está torcendo por mim;” (pg. 171).
“Operação França ganhou de A Última Sessão de Cinema, ficando com cinco Oscars, inclusive Melhor Filme, Melhor Ator (Gene Hackmam) e melhor Diretor”. (pg.171).
“O maior massacre de civis da guerra do Vietnã: no dia 16 de Março de 1968, os soldados da Companhia Charlie da 11° Brigada da 23º Divisão de Infantaria, apelidada America Division mataram cerca de trezentas mulheres, crianças e homens do vilarejo vietnamita de MYLAI” (pg. 182);
“Comentários do autor á respeito da empresa Cinematográfica Columbia Pictures:” Na Colúmbia não se podia ter palavrões nem sexo, se alguém trepava, tinha que ser a uns 200 metros de distância e sem língua “(pg 183);
“O Dia dos Loucos teve recepção morna no Festival de Cinema de Nova York e foi lançado sem maiores fanfarras pela Columbia no outono de 1972. Nicholson teve até dificuldade em obter uma limusine para levá-lo de uma entrevista á outra. O ano estava sendo péssimo para a Columbia. Ironicamente, o estúdio ainda estava lançando o tipo de lixo de alto orçamento que os demais haviam abandonado depois de Sem destino e, em 1972, perdeu milhões com 1776, Nicholas e Alexandra, O Poço do Ódio e Horizonte Perdido. Estava á beira do desastre financeiro completo”; (pg.185).
“No dia 13 de Junho de 1971, o The New York Times publicou o Dossiê do Pentágono, uma devastadora história interna da conduta do governo na guerra, vazada por um ex-analista do Departamento de defesa chamado Daniel Elbsberg. Nixon decidiu mover um processo contra Elbsberg, e Schneider se viu envolvido profundamente como o Projeto Paz), dossiê do Pentágono, que reunia apoio para a defesa de Elsberg. (pg. 189).
“A cerimônia do Oscar aconteceu no dia 27 de Março de 1973. Indicado a dez Oscars, O Poderoso Chefão desapontou, ficando só com três: Melhor filme, Melhor Ator (Brando) e melhor roteiro adaptado (Coppola e puzo) Coppola perdeu o Oscar de Melhor diretor para Bob Fosse, por Cabaret. Brando escandalizou o público mandando Sacheen Littlefeather, em nome de uma organização chamada Comitê Nacional pela Afirmação da Imagem dos Nativos Americanos (que aparentemente ele inventou), para recusar seu Oscar em nome de WoundedKnee, último conflito armado entre tropas do Exército Norte-Americano e tribos indígenas, ocorrido no dia 29 de dezembro de 1890. (pg.189).
“Segundo Nicholson, a cocaína entrou na moda em cheio em 1972, passando do universo da música para a comunidade do cinema. Uma das razões do sucesso da cocaína alega ele, é seu efeito como potencializador sexual. Nicholson tivera um problema de ejaculação precoce, um fato que compartilhara generosamente com seus fãs na Playboy.” A cocaína está na moda agora”, ele disse,” porque as garotas curtem, sexualmente. Embora o pó anestesie certas áreas, ele inflama algumas membranas, como as da área genital das moças. Se você puser um pouquinho de cocaína na ponta do pau, porque você é meio rápido no gatilho e precisa cortar um pouco a sensação, creio que pode dizer que o pó é um aditivo sexual. (pág.189);
“A cocaína era uma droga perfeita para o estilo de vida megalomaníaco, obsessivo e machão de Hollywood, muito mais adequada que a maconha, que era suave e relaxante, ou as drogas psicodélicas, que facilitavam a autoexploração”; (pg.189).
“O que era delícia para Nicholson era veneno para Evans” O que começou como uma droga para trepar acabou arruinando inteiramente  minha vida de trepadas”, ele escreveu em seu livro, The Kid Stays in the Picture. “ Uma carreira de cocaína interrompe o fluxo sanguíneo do cérebro ao pau. “Seu pau se dá mal”. “Mas sobra muita energia para a conversa”. O vício de Evans não foi percebido de imediato; nas reuniões, os executivos da Paramont ficavam apenas intrigados ao vê-lo pondo repetidas vezes a mão no bolso e esfregando o dedo indicador nas gengivas. (pg. 190)
“As filmagens de Chinatown começaram no outubro de 1973. O relacionamento entre Polanski e Towne tinha se deteriorado a tal ponto que Towne sabia que não era bem-vindo no set. No primeiro dia de filmagem, Evans havia sido levado até a locação- um laranjal- deitado no assento de uma caminhonete”; (pg. 197).
“Os americanos estavam acostumados como o estilo banho-maria de direção á americana, ou seja, uma abordagem colaborativa, repleta de carinho e atenção por parte do diretor. Não era como Polanski trabalhava.” “Roman era Napoleão com os atores,” Eles têm que fazer o que eu mando”. Era ditatorial, controlador. Deu a Nicholson tantas instruções de inflexão nas falas que a figurinista Anthea Silbert, começou a achar que Jack começaria a falar com sotaque polonês. Mas Nicholson e Polanski eram bons amigos e Nicholson, em geral, achava divertidas as excentricidades de Polanski. Anthea diz:” Jack estava sempre contente”.
“Faye Dunaway, por outro lado, não estava nem um pouco. Escolhida para o papel de Evelyn Mulwray se considerava uma “estrela” e não fazia esforço para ganhar a simpatia do diretor ou da equipe. Os atores tinham pequenos camarins no set, além de trailers. De acordo com várias fontes, Faye Dunaway tinha o hábito de mijar nas latas de lixo em vez de andar até seu trailer( questionada a respeito de seus hábitos urinários , Faye disse que “ não tinha lembrança alguma” de fazer coisas assim). Quando ela usava o toalete no seu Winnebago, não dava descarga , chamando  um dos contraregras para se incumbir da tarefa. (pg. 197).
“As filmagens de O Exorcista começaram no dia 14 de agosto de 1972, em Nova York, onde Friedkin tinha seu apartamento e podia ficar a uma distância segura do Stúdio. A previsão era de 105 dias de filmagem. Duzentos dias depois, em Março de 1973, quando Coppola já tinha acabado de filmar” A conversação”, eles ainda estavam rodando.
“Friedkin era um diretor técnico, muito envolvido com lentes e efeitos. Não era muito bom com atores, nem gostava deles. Ele dizia:” Prefiro trabalhar com tocos de árvores a trabalhar com atores” (em 1990, seu desejo foi realizado, em” Arvores da Maldição). Ou, então, gritava para os atores:” Você está me afundando na privada, na porra da privada! Gostava de dar tiros no set para assustar os atores ou tocar fitas a todo volume, qualquer coisa da trilha sonora de Psicose a rãs da América do Sul. (pg 227).
“ Não tinha escrúpulos e fazia o que fosse preciso para conseguir o  que queria. No final do filme, quando o padre Karras está prestes a morres, um outro padre lhe dá “ a absolvição”.O diretor usou um padre de verdade, Wilian `Malley. Este precisou fazer uma tomada atrás da outra.
Insatisfeito, Friedkin finalmente disse: “ Bill, você está fazendo isso mecanicamente, sem sentimento. (pg 228).
“Billy, eu acabei de dar 15 extrema- unções seguidas ao meu melhor amigo e já são duas e meia da manhã”.
“Ccompreendo. Você confia em mim?
“Claro que sim” O Malley respondeu.
Billy deu-lhe uma bofetada bem no meio do rosto, com a mão aberta. Não foi exatamente Stanislavsky  e deixou os católicos da equipe chocados, ma s funcionou.
“ Faye tinha dúvidas quanto á motivação da sua personagem e, aparentemente,não obteve muitas respostas de Polanski.
Ele berrava: “ Só diz as porras das falas. Sua motivação é  o cachê” Faye era obcecada por seu visual. De fato, com suas maçãs do rosto salientes, pele de albastro, cabelo ondulado, cor de mel, e batom vermelho-sangue, ela estava espetacular.Polanski  recorda:”Cada vez que eu gritava corta!” tinha que ter brilho e batom primeiro , depois pó. “Logo depois da claquete, ela começava tudo de novo”. As coisas entravam em  ebulição ao final da segunda semana, quando filmavam uma cena no restaurante Windsor, atrás do velho Hotel Ambassador onde Robert Kennedy havia sido assassinado.
“ No dia 4 de maio de 1970 a Guarda Nacional Americana abriu fogo contra os estudantes da Universidade do Estado de Kent,em Ohio, que protestavam contra a Guerra do Vietnã, quatro morreram e nove ficaram feridos, um deles permanentemente paralisado. O massacre foi imortalizado na canção “ Ohio”, de Crosby,Stills, Nash & Young.”(pg 207).
“ Na época, O exorcista parecia imposível de ser feito, os efeitos especiais, necessários –levitação, possessão, poltergeists- iam muito além do que se fazia no cinema”. (pg 208).
“Escolher alguém para o papel de Regan, a menina possuída, foi mais difícil. Na época em que Linda Blair foi entrevistada tinha 12 anos.(pg 209).
“Operação França era um thriller adaptado do livro de Robin Moore, que por sua vez se inspirava em fatos reais: O estouro de uma quadrilha de traficantes de drogas pela polícia de Nova York”.(pg 213);
_Burstyn lembra: “Ele gostava de manipular os atores, gostava de truques. Mas ele foi sempre correto comigo, a não ser quando Lesou minha coluna permanentemente”. No auge da cena em que Regan, ajoelhada em sua cama, o rosto e a camisola manchados de sangue, enfia o crucifixo em sua  vagina com uma voz áspera rugindo pela sua garganta: “ Jesus vai te foder! E “ Me chupa”! , enquanto arrasta o rosto da mãe na direção de sua virilha, ela esbo feteia Mac Neil no rosto,jogando-a da cama contra a parede, enquanto uma
Cômoda avança ameaçadoramente em sua direção. “Burstyn tinha uma cinta presa á cintura com um longo fio atado atrás, de modo que um dublê pudesse puxá-lo da cama para o chão”. (pg 228).
“Fizeram uma tomada. Friedkin não estava satisfeito. Mesmo coisa coma segunda. “Na terceira vez, Burstyn disse a Friedkin:” Billy, ele está puxando com muita força, peça para ele aliviar um pouco”.” Está bom, está realista”.(pg 228).
“Eu sei que tem que ser realista, mas estou te falando que assim eu posso me machucar. Ele está puxando com muita força.” Billy olhou para o dublê e falou:” Tá bom, não puxe com tanta força”. Quando Burstyn se viu, ela viu co com o canto do olho, Billly balançando a cabeça para o dublê, instruindo-o a ignorar a ordem que ele acabara de dar. “Dessa vez, Burtyn foi arrancada da cama com tanta força que ao cair no chão sobre o cóccix explodiu num grito terr´vel de dor.” (pg228);
Comentários de Peter Biskin, o autor da obra á respeito do filme “O exorcista”:
“ È fácil entender porque as pessoas, especialmente as mulheres, odiaram o filme. Mostra uma versão  masculina, de pesadelo, da puberdade feminina. A emergente sexualidade feminina é ligada á possessão demoníaca e os homens no filme( quase todos padres celibatários) , se unem para agredir  e torturar Regan, como John Boorman havia notado, na luta para levá-la de volta ao seu estágio de inocência pré-sexual. Fazer Regan  inserir um crucifixo na vagina é uma tentativa intencional de criar uma imagem sensacionalista e perversa de sacrilégio, mas também uma metáfora para o aborto autoinduzido, onde o instrumento abortivo tanto pode ser crucifixo quanto um cabide”.
“O Exorcista é repleto de nojo pelo corpo da mulher e suas funções; talvez não seja um exagero muito grande ver a famosa cena repugnante em que Blair vomita sopa de ervilha como uma metáfora, na linha de “Carrie , a Estranha”, para a menstruação. De fato,” O exorcista” está inundado de pânico menstrual.”
“Mas, para a maioria das pessoas, o filme funcionou. Era apavorante. Como “Bonnie & Clyde” e outros filmes da Nova Hollywood,” O Exorcista” dava as costas para a cultura terapêutica, liberal, do pós-guerra( No filme, o psiquiatra está perdido), claramente despreparado para resolver a questão, e Burstyn não tem outro recurso senão recorrer á Igreja).
No lugar da ciência, o filme oferece uma espécie de medievalismo fundamentalista. ““ Como em “O Poderoso Chefão”, O” Exorcista” antevê a iminente revolução maniqueísta  da direita,, com Regan resmungando sobre o
Império do Mal.
Mesmo com a Warner fazendo besteira na distribuição até o fim de sua temporada nas telas, “O Exorcista” acumulou cerca de 160 milhões de dólares (89 milhões apenas nos cinemas), no tempo em que um ingresso custava 3 dólares.
Os números, de fato, foram espantosos. “O exorcista” representou 15% da venda dos principais mercados em fevereiro de 1974.”
Comentários do autor da obra sobre o diretor Martin Scorsese: Scorsese nascera no dia 17 de novembro de 1942, em flushing Queens, para  onde seus pais, como outros filhos de imigrantes, tinham ido assim que melhoraram um pouco de vida para fugir ´as cabeças de porco. Cinco anos depois, por motivos que o menino nunca compreendeu bem, a família retornou ao velho bairro da  infância de seu pai, street.Charlie Scorcesese era alfaiate e Catherine, costureira. Ambos eram trabalhadores que davam duro e pertenciam ao sindicato, e só uma geração os separava do velho continente.
Scorcesese raramente saía do bairro. Ele era baixinho, fraco e doentio, um filhinho da mamãe. Era tão alérgico á animais que corria o risco de vida toda vez que afagava um cachorro. Seu irmão mais velho, Frank, tinha inveja de toda a atenção que Mart, recebia, e viva lhe dando surras. Depois de se formar no colégio, Scorcesese entrou para um seminário e estudou para ser padre. Mas, movido por uma paixão obsessiva pelo cinema, matriculou-se na New York University em 1960.
Scorcesese era cheio de fobias e ansiedades e começou a se tratar com um psicoterapeuta. Tinha pavor de andar de avião, e na decolagem agarrava um crucifixo em sua mão com tanta força que seu punho ficava branco. Era cheio de supertições, uma mistura de catolicismo com coisas inventadas por ele mesmo, pressentimentos e Marty vivia num prédio onde as vagas da garagem eram numeradas. Quando os dígitos de uma vaga totalizavam 11, Marty contornava o espaço. Não viajava no dia 11, eitava voos cujos números totalizavam 11 e não se hospedava no 11° andar de um hotel. Tinha um amuleto de ouro para afugentar os maus espíritos e andava com um saquinho repleto de bentinhos pendurados no pescoço.
“Scorcesese e De Niro haviam crescido a poucos quarteirões um do outro, mas mal se conheciam, provavelmente porque De Niro, filho de artistas plásticos, fora criado numa família classe média, boêmia”.
“De Niro levava o trabalho de ator bastante a sério, não ficava de papo, jogando conversa fora”. Na verdade, ele quase não falava. Era tão tímido que parecia sofrer de autismo, o que tornava a busca por trabalho especialmente árdua. “““ ““ Não dava para vender DE Niro”, recorda a diretora de elenco Nessa Hyans.” (pg 252);
“Nós o empurrávamos para todos os testes de todos os diretores que conhecíamos, mas, ele não falava, e nós tentávamos defendê-lo (pg.252);
Sobre o filme Tubarão, de Steven Spielberg: Steven Spielberg tinha levado seus amigos Scorcesese, Lucas e Milius para ver o tubarão no hangar de North Hollywood onde ele estava sendo construído. Quando concordou em fazer Tubarão, achou que podia simplesmente contratar um treinamento de tubarões para fazer um grande tubarão branco, dar umas piruetas na água, como os golfinhos fazem quando pulam através dos arcos. O molde de Poliuretano estava inacabado, sem pintura, apenas uma coisa fálica do tamanho de um submarino, com remendos dos lados, 7 metros de comprimento. (pg 267);
Sobre o diretor Steven Spielberg: Steven Spielberg nasceu em Cincinnati, no dia 18 de dezembro de 1946, o ano que aparece em sua carteira de motorista.
Mas sempre houve rumores de que havia removido dois ou três anos de sua verdadeira idade de modo a aumentar sua reputação de menino prodígio, e em entrevistas ele sempre criava a impressão de ser mais, jovem do que realmente era. Coppola tinha 26 anos quando dirigiu “Agora você é um Homem. A ambição de Spielberg era dirigir seu primeiro longa antes completar 21 anos, mas ele só conseguiu fazer “ Louca escapada”.
“ Normalmente , quando executivos do estúdio veem um dos  seus filmes, eles saem sem comentar. Depois  que Ashley, Calley e Weells viram “ OExorcista” pela primeira vez, eles ficaram  ali sentados, atônitos. Calley  perguntou, retoricamente: “ Mas que porra foi essa que nós acabamos de ver? Eles adoraram, mas não sabiam o que tinham em mãos e decidiram lançá-lo em trinta cinemas apenas, onde o filme deveria permanecer em cartaz, em caráter de exclusividade, durante seis meses. Era um esquema péssimo para um blocbuster em potencial, como “O poderoso Chefão” havia demonstrado. A Warner também não fez exibições-teste. Ficaram com medo. Friedkin diz:” Se tivessem feito exibições-teste, “O Exorcista jamais teria estreado. Porque as pessoas teriam escrito em suas fichas: “Isto é horrível, tem uma garotinha se masturbando com um crucifixo, seu judeu nojento, filho da puta”. Recebemos esse tipo de comentário depois, aliás. Mas se tivéssemos recebido esse tipo de coisa antes, o filme teria morrido. (pg 232).
“O exorcista” foi exibido para a indústria no dia 21 de dezembro, e estreou para o público no dia 26. “havia uma imagem de pessoas em Montreal fazendo fila desde as quatro horas da manhã esperando que o cinema abrisse, e a temperatura. Era dez abaixo de zero, ou coisa parecida. Eu pensei: Como um filme pode ter esse tipo de impacto antes mesmo de estreiar? Eu não podia acreditar”.
“O Exorcista” foi uma porrada. AS pessoas desmaiavam perdiam os sentidos e entravam em crise histérica. Os exibidores mantinham á mão lixeiras com areia para socorrer pessoas que não conseguiam manter o jantar no estômago. Os espectadores ficaram tão convencidos de que eles ou alguém que conheciam estava possuído pelo possuído pelo diabo que passaram a infernizar a Igreja católica com pedidos de exorcismo. Um representante da Igreja da Escócia escreveu que ele “preferia tomar um banho em excremento de porco a ver esse filme”.
“A Warner estava decidida a estreiar” O Exorcista” no Natal de 1973 e tentou apressar a finalização do filme, mas novos atrasos ocorreram. Na maioria das produções, o montador começa a trabalhar num corte bruto enquanto o diretor ainda está filmando. Apenas quando Friedkin deu a filmagem por encerrada é que contratou um montador experiente, Evan Lottman, que precisou começar da estaca zero.” (pg. 231);
“trilha fora composta por Lalo Schifrin, um compositor indicado para o Oscar. Chegou a hora de Friedkin ouvir a trilha, executada por cem músicos num estúdio de som. Billy se inclinou para a frente e disse: “ Parece uma porra de música mexicana com marimbas. Detesto a porra da música mexicana. E jogou tudo fora. Seis semanas depois, quando estavam no estúdio de dublagem na Todd-Ao e precisavam de um trecho de música. (pg 231);
“O técnico pôs o rolo, Friedkin ouviu e detestou de tal forma que voltou para a sala de controle, arrancou o rolo de fita, saiu correndo pela porta da frente e jogou-a mais longe que pôde, no estacionamento do outro lado da rua, dizendo:” Aí é que a porra da música de marimba deve ficar”. (pg 231);




sábado, 8 de setembro de 2012

Aspectos imprescindíveis da obra de Peter Biskind:



Seleção de trechos da obra de Peter Biskind: Como a geração sexo-drogas e- Rock`n Roll salvou Hollywood, editado pela editora Intrínseca em 2009:
“As filmagens de O poderoso Chefão começaram no dia 29 de março de 1971”. Aparentemente, o prestígio de Coppola não era muito. (as credenciais de Francis como diretor, nessa época, eram nulas). [“...].”
A equipe Nova-iorquina era durona e acostumada trabalhar pesado com diretores como Kazan, Lumet e Penn.
Brando chegou no set no começo  da segunda semana. Coppola continua:” Eles odiavam Brando, diziam que não entendiam o que ele falava.
“A maioria dos filmes usa figurantes profissionais; as mesmas caras aparecem e reaparecem como se fossem bonecos de papelão. Francis não queria usar profissionais porque não queria que o Poderoso Chefão se parecesse com os outros filmes (pg.161);”
“As filmagens de O Poderoso Chefão ter minaram em setembro de 1971, depois de seis meses de trabalho (pg 163); O Poderoso Chefão foi mostrado em Nova York para os exibidores que não ficaram nada felizes com um filme de três horas de duração.”
Seu tamanho ia cortar pela metade o número de sessões por dia e reduzir seus lucros na mesma proporção; (pg. 165);
“A expectativa em torno do lançamento de o Poderoso Chefão era imensa. O filme  estreou em Nova York no meio de uma tempestade de neve fora da estação, no dia 15 de março de 1972. As filas  tinham seis  colunas de largura e davam a volta a vários quarteirões” (pg. 168);
“Coppola, sentindo-se diminuído como artista por ter aceitado dirigir o filme- um sentimento de violação agravado por sua certeza de que o filme seria um fracasso- e ainda sofrendo com o rescaldo da luta que fora levar o projeto á tela, fugiu para Paris, onde escreveu um roteiro. Seus amigos ligavam dizendo:” O Poderoso chefão é um tremendo sucesso”. E ele respondia:” Ah, tá, tá bom...”, e voltava para o trabalho. (pg. 168).;


















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