quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

A GENEALOGIA DA MORAL DE NIETZSCHE:

O bem--estar da maioria e o bem- estar da minoria são dois pontos de vista axiologicamente opostos: considerar em si, de uma só vez, o primeiro como aquele que possui mais valor é o que deixaremos á simplicidade dos biólogos ingleses... Todas as ciências devem preparar a tarefa do futuro do filósofo; essa tarefa consiste em que o filósofo deve resolver o problema do valor, deve determinar a hierarquia dos valores. página 82;
Educar um animal que pode fazer promessas, não é a tarefa paradoxal que a natureza se impôs com relação ao homem?Não é esse o verdadeiro problema do homem? ... A certeza de que esse, é esse o verdadeiro problema do homem?... A certeza de que esse problema foi de fato resolvido em larga medida parecerá tanto mais marcante para quem sabe apreciar em seu justo valor a força que exerce uma ação contrária, aquela da tendência ao esquecimento. (página 85);

O homem , em quem não funciona  esse aparelho de entrave está deteriorado e fora de uso, é comparável a um dispéptico ( e não somente comparável), nunca chega "ao fim" de nada... È justamente esse animal inclinado necessariamente ao esquecimento, para quem o esquecimento representa uma força, uma forma de saúde robusta, que criou para si uma faculdade contrária, uma memória por meio da qual, em certos casos, a tendência ao esquecimento fica suspensa[..........] . página 86;
È justamente isso que constitui a longa História da origem da responsabilidade. Essa tarefa, educar um animal que possa fazer promessas, pressupõe, como já foi dito, á título de condição e de preparação, a tarefa mais imediata, a de começar por tornar o homem , até certo ponto necessário, uniforme , semelhante entre os semelhantes, regular e, por conseguinte, calculável. página 88.
[.... .] graças á moralidade dos costumes e á camisa de força social, o homem chegou a ser realmente calculável.( página 88);Esse  homem que que se tornou livre, que tem realmente o direito de prometer , esse senhor de vontade livre, esse soberano- como poderia ignorar quanta superioridade  lhe  é assim conferida sobre tudo o que não não tem direito de prometer nem  de responder por si mesmo, quanta confiança , quanto temor e quanto respeito  inspira-lhe," merece" os três- quanto esse domínio de si lhe confere necessariamente também o domínio das circunstâncias, da natureza, da natureza e todas as  criaturas de vontade mais diminuta e menos confiáveis? O homem  "livre" , o detenta de uma  vasta vontade , indestrutível, apresenta igualmente nessa posse seu critério de medida do valor: é considerando o outro  a partir de si mesmo que o respeita ou o despreza; e assim como respeita necessariamente  seus semelhantes , os fortes e confiáveis( aqueles que estão no direito de prometer)- portanto,  qualquer um que prometa como soberano , difícil, rara, lentamente, quem é avaro de sua  confiança, quem transmite distinção quando dá confiança , quem dá sua palavra como alguma coisa sobre a qual se pode contar, por que se sente capaz de cumpri-la , mesmo diante dos acidentes ,mesmo "perante o destino";( página 90)   


Fonte: Sindicato Nacional dos Editores de Livros,SP,

Nietzsche Friedrich Wilhelm
C33i- A Genealogia da Moral/ Friedrich Wilhelm Nietzche; com prólogo de Ciro Mioranza; tradução de Antonio Carlos Braga. 
São Paulo ; Escala , 2013.

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